Metáfora é uma figura de estilo da linguagem que se refere a uma coisa mencionando outra. Além disso, é uma imagem ou algo que representa outra coisa. Assim, possui dois significados: um concreto direto e um significado simbólico latente que representa outra coisa.
“Vim para a terapia na esperança de receber manteiga como pão da vida. Em vez disso, no final, saí com um balde de leite azedo, uma batedeira e instruções sobre como usá-los”.
A metáfora é uma forma de pensar e é uma figura de linguagem amplamente utilizada no nosso dia a dia, na nossa linguagem, pensamentos e ações. Frequentemente, fazem comparações implícitas ou podem sugerir uma semelhança entre duas coisas. Só para dar alguns exemplos que normalmente utilizamos como parte da nossa comunicação.
Por exemplo:
A metáfora pode ser verbal, como parábolas bíblicas, mitos, lendas e contos de fadas, ou não verbal, como obras de arte, música ou objeto. É curto e vívido, mas o significado latente é rico e polimórfico.
“A melhor maneira de descobrir do que você é capaz é fingir que consegue. Aja “como se” você pudesse. O que você não pode fazer, você não fará. Se for realmente impossível, não se preocupe, você descobrirá. (E certifique-se de estabelecer medidas de segurança apropriadas, se necessário.) Enquanto você acreditar que é impossível, você nunca descobrirá se é possível ou não.” – Joseph O'Connor
Portanto, usamos metáforas para diversos propósitos. No entanto, elas não são usados apenas na comunicação da vida quotidiana. Ou seja, uma metáfora tornou-se uma ferramenta que ajuda a atingir objetivos terapêuticos nas mais diversas áreas, como a psicoterapia.
“Entrar no domínio das imagens metafóricas requer uma mudança de atenção do significado lógico associado ao conteúdo da comunicação para o significado metafórico associado à imagem metafórica (isto é, “bater a cabeça contra a parede”, um “balão”, “abrir uma lata de minhocas”, etc.). Essa mudança convida os clientes (e terapeutas) a fazer uma pausa por um momento e, como Alice a entrar na terra das maravilhas pela janela de seu espelho, vagar por algum tempo no mundo sensorial-imaginário das Lebres de Março e dos Chapeleiros Malucos.” Koppe (1995)
Assim, na abordagem psicanalítica, as metáforas tornaram-se muito importantes, uma vez que o inconsciente possui todos os códigos para decifrar os nossos segredos. Como resultado, as metáforas podem refletir os sintomas do cliente, especialmente quando se trata de manifestações psicossomáticas.
Na terapia, as metáforas ajudam as pessoas a expressar o que realmente sentem. Além disso, ativam processos inconscientes e revelam elementos ocultos que somente o inconsciente pode perceber. E isto porque a metáfora explica através de um sentido que está por trás do óbvio. Produzem estados desejados que favorecem a aprendizagem e ajudam as pessoas nas suas dificuldades.
Principalmente com uma orientação para o futuro (ou seja, para a resolução de problemas), a contribuição de Milton Erickson para o uso de metáforas em psicoterapia foi realmente relevante. A sua abordagem era diferente, pois acreditava que as pessoas já possuíam as habilidades e os recursos necessários para superar as suas dificuldades.
Além disso, Jorge Bucay, um aclamado psicoterapeuta argentino, costumava usar histórias metafóricas e rever contos clássicos nas suas intervenções. Quando questionado numa entrevista:
O que a metáfora traz para uma pessoa que precisa de ajuda psicológica?
Ele respondeu:
“Sabedoria de séculos, sabedoria de outras pessoas que passaram por este lugar e resolveram isso de diferentes maneiras. Contar uma história é como dizer: olha, existe alguém que descobriu essa saída, por que você não tenta isso?” – Jorge Bucay
“Percebi como os meus pacientes se lembravam mais das minhas histórias do que das minhas interpretações, exercícios ou comentários. Lembrei-me do profundo impacto das histórias do modelo eriksoniano. Então, percebi, enfim, que estava a utilizar cada vez mais uma poderosa arma didática e, claro, terapêutica.”
No livro de Jorge Bucay “Deixa-me contar uma história”
Metáforas são ferramentas que contêm mensagens poderosas para ajudar o paciente a encontrar novas perspetivas de vida. Facilitam o acesso aos pontos dolorosos, de forma sutil e não invasiva para a pessoa. É o cliente quem interpreta a metáfora e lhe dá significado. Assim, os indivíduos passam a compreender e perceber as coisas de forma diferente, adquirem uma nova visão do problema e a metáfora apropriada sugere a solução sem manipular ou impor regras de comportamento.
(encionados por Gadelha & Menezes, 2004)
• Contribuir para evocar comportamentos e sentimentos relevantes;
• Identificar os conceitos e regras que regem o comportamento;
• Modelar respostas apropriadas para situações extraterapêuticas semelhantes;
• Treinar na resolução de problemas do quotidiano;
• Desenvolver habilidades;
• Trabalhar a autoconfiança…
O termo grego metáfora significa literalmente “transferência”, e Merriam-Webster define metáfora como…
“uma figura de linguagem em que uma palavra ou frase que denota literalmente um tipo de objeto ou ideia é usada em vez de outra para sugerir uma semelhança ou analogia entre eles.”
As metáforas eram importantes e representavam processos inconscientes. E, na construção do significado, a metáfora desempenha um papel crítico (Modell, 2005).
Assim, podemos perceber pelo que foi apresentado que as metáforas nos proporcionam experiências que nos permitem aceder ao nosso inconsciente e nos ajudam a acordar para as soluções e respostas que já estão disponíveis dentro de nós.
Citações de Joseph Oconnor e John Seymour, na Introdução à programação neurolinguística:
“Acreditar que outra pessoa é responsável pelo seu estado emocional é dar-lhe uma espécie de poder psíquico sobre você que ela não tem... nós realmente geramos os nossos próprios sentimentos. Ninguém mais pode fazer isso por nós. Nós respondemos e somos responsáveis. Pensar que outras pessoas são responsáveis pelos nossos sentimentos é habitar uma bola de bilhar, um universo inanimado.” – John Seymour
“Se você percorrer o mundo em busca da excelência, encontrará a excelência. Se você percorrer o mundo em busca de problemas, encontrará problemas. Ou, como diz o ditado árabe: “A aparência de um pedaço de pão depende se você está com fome ou não”. – Joseph O'Connor
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